Já comentamos aqui em nosso blog que os fumos de soldagem originados nos processos de solda são provenientes dos metais que estão sendo soldados e dos eletrodos que são fundidos em diversos processos.

Porém, é importante saber que os fumos de soldagem emitidos durante as operações de solda constituem um risco potencial para à saúde do soldador, principalmente em função dos diversos processos de soldagem (MIG/MAG, eletrodo revestido, arama tubular e outros) e dos materiais utilizados.

Mas além dos processos e dos materiais, muitos são os outros fatores que influenciam na quantidade de fumos de soldagem gerada. Conhece-los será essencial para definir as soluções mais adequadas de captação desses elementos perigosos.

Para conhecer esses fatores confira nosso post de hoje.

Como os fumos de soldagem são formados?

Os fumos de soldagem, constituídos em geral por partículas metálicas de 0,005 a 2µm de diâmetro, são formados a partir de vapores e gases que se desprendem das peças em fusão, que em contato com o oxigênio do ar, após resfriamento e condensação, oxidam-se rapidamente, formando os fumos de soldagem.

Esses vapores e gases que se desprendem das peças em fusão podem ser produzidos através de todos os elementos da soldagem, caso da superfície da peça, eletrodo, revestimento do eletrodo, substâncias adicionadas à solda, além do tipo de fluxos e da presença de óleos protetores.

Exatamente por isso é fundamental que exista conhecimento sobre os eletrodos e sobre os materiais que estão sendo utilizados no processo de soldagem. Somente assim será possível viabilizar a melhor tecnologia para captar esses fumos gerados, garantindo maior proteção à saúde do trabalhador.

Principais fatores que influenciam a quantidade de fumos de soldagem

O método de soldagem adotado e os materiais de soldagem são dois dos fatores que mais influenciam na quantidade de fumos de soldagem.

O primeiro fator é representado pelos variados processos de soldagem, que como já vimos neste conteúdo são muitos. Estes processos são capazes de exercer maior ou menor influência sobre a quantidade dos fumos gerada.

Neste sentido, pode-se dizer que fumos gerados nos processos eletrodo revestido (MMA) e arame tubular (FCAW) contêm alta proporção dos metais oriundos do revestimento dos eletrodos e do fluxo dos arames consumíveis. Assim, muito pouco é gerado pelo metal de adição propriamente dito.

Quando originados pelos metais a composição química depende dos metais utilizados. Por exemplo, caso o metal seja aço, os fumos originados possuem grandes concentrações de ferro e menores concentrações dos demais metais formadores da liga. Esses metais presentes dependem do tipo de aço (manganês, cromo, níquel, zinco – presentes em altas concentrações em peças galvanizadas).

Os fumos originados do eletrodo são em maior concentração quando utilizados os do tipo MAG, MIG e comum. Já no consumo do eletrodo TIG a quantidade dos fumos de soldagem gerados é comparativamente bem menor.

Vale lembrar que cerca de 90 a 95% dos fumos de soldagem se originam de consumíveis de soldagem escolhidos. O restante surge do material de base.

Demais fatores que influenciam na formação dos fumos

Além do tipo de soldagem e dos materiais utilizados no processo, a quantidade formada de fumos de soldagem costuma depender de muitos outros fatores. São eles:

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Corrente e tensão

Estudos realizados na área já constataram que o aumento da corrente elétrica e da tensão no eletrodo são fatores que podem contribuir para o aumento da exposição do soldador aos fumos de soldagem.

Segundo os estudos, quanto mais altos os valores para a corrente de soldagem e tensão de soldagem, maior será a quantidade de fumos de soldagem gerada.

Tipo de corrente

Em processos de soldagem o uso da corrente alternada (AC) é caracterizado por produzir maiores emissões do que a corrente continua (DC).

Circunferência dos eletrodos

Quanto maior for o diâmetro do eletrodo utilizado, maior será a quantidade de fumos de soldagem produzidos.

Tipo de revestimento utilizado

A substância com a qual o eletrodo é revestido é um dos fatores que mais afeta na formação dos vapores de soldagem e por isso precisam ser consideradas.

Os eletrodos revestidos de rutilo (ocorrência natural do mineral dióxido de titânio – TiO2), por exemplo, desenvolvem a menor quantidade de fumos de soldagem, enquanto os eletrodos revestidos de celulose são responsáveis por produzir uma maior quantidade de emissões de substâncias nocivas.

Passo do eletrodo

Se o passo do eletrodo for plano, menores quantidades de fumaça de soldagem são criadas, já ângulos de ataque mais acentuados aumentam a quantidade de fumaça gerada.

Presença de óleos e outras substâncias nos materiais soldados

A presença de óleos e demais substâncias presentes no material a ser soldado são responsáveis por aumentar significativamente a quantidade de fumos de soldagem gerados, por isso precisam ser sempre considerados.

Aproveite este conteúdo e saiba como utilizar corretamente – em com segurança – os equipamentos de soldagem