Atividades relacionadas aos processos de soldagem são cada dia mais essenciais dentro das indústrias. Porém, a medida que aumenta sua adoção, aumentam também os riscos ocupacionais associados à soldagem, como excesso de radiação, choques elétricos, excesso de ruídos e principalmente a exposição à gases e fumos de soldagem.
Sem dúvidas, quando falamos em processos de soldagem, temos também que estar cientes dos problemas que gases e fumos de soldagem podem trazer para a saúde dos trabalhadores, visto que dependendo do processo de soldagem adotado, estes podem trazer sérias consequências já no curto prazo.
Exatamente por isso, é muito importante que alguns valores limites para a liberação destes gases e fumos de soldagem não sejam ultrapassados pelas indústrias, fazendo com que a saúde e segurança do soldador seja preservada.
Mas, quais são os fatores que influenciam a geração de gases e fumos de soldagem e, quais devem ser os valores limites de liberação? Confira as respostas no nosso conteúdo a seguir.
Fatores que influenciam a geração de gases e fumos de soldagem
Todos profissionais deste importante setor dentro da indústria já sabem que vários são os processos de soldagem que podem ser adotados para unir ou cortar metais, tais como Eletrodo Revestido (Arco Manual); TIG; MIG/MAG, corte plasma, entre outros.
Porém, ainda há muitas falhas sobre como se comportar perante os gases e fumos de soldagem. Por isso é sempre importante saber que cada um desses processos de soldagem, além dos metais e respectivos consumíveis liberam diferentes quantidades e tipos de poluentes, cada um com seu grau de impurezas, concentração e intensidade.
Esses gases e fumos de soldagem geralmente são formados por mecanismos de condensação e vaporização de diferentes metais e consumíveis, com maior ou menor potencial de toxidade.
Dessa forma, os fatores que mais influenciam quantitativa e qualitativamente as emissões e as toxidades dos gases e fumos de soldagem são:
- Especificidades dos processos de soldagem adotados;
- Composição do gás de proteção;
- Tipo de consumíveis. Aproximadamente 90% de todos os fumos de soldagem gerados são originários destes consumíveis, enquanto que o metal de base contribui muito pouco com sua formação;
- Tipo de revestimento do metal base. Quando o metal base é revestido (galvanizado, zincado, fosfatizado, pintado, etc.) o maior contribuinte para a formação dos fumos será exatamente esse revestimento.
Valores limites toleráveis das concentrações de fumos em processos de soldagem
A busca por uma maior saúde dos trabalhadores de indústrias com consequente redução de riscos operacionais faz com que muitos países adotem normas e regulamentos bastante rígidos.
No Brasil, por exemplo, temos algumas Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho que buscam regulamentar e tornar mais seguro todas as atividades em indústrias, caso dos processos de soldagem.
Uma dessas normas é a NR 9, que classifica os riscos ambientes existentes em um ambiente de trabalho, já a NR 6 estabelece e define os tipos de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) a serem utilizados nas indústrias.
Há também a NR 15. Essa norma determina limites de tolerância para substâncias tóxicas presentes em indústrias, principalmente aqueles relacionados aos riscos químicos, incluindo os fumos de soldagem.
Porém, os limites determinados pela NR 15 indicam apenas o valor máximo tolerável de exposição a fumos metálico de manganês. Já a norma americana ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) a mais importante nos EUA, é mais ampla, indicando também os valores máximos toleráveis de exposição a diversos outros fumos metálicos de importância.
Além disso, diversos outros estudos relacionados à área já buscaram identificar quais são esses limites de concentrações de gases e fumos de soldagem para diversos tipos de consumíveis. Esses limites são apresentados na tabela a seguir:
Fonte da imagem: http://www.metallum.com.br/21cbec0imat/CD/PDF/303-054.pdf
Essa tabela é produzida com base na TWA (Time Weighted Average) – Limite de exposição, média ponderada. Essa é a concentração média ponderada pelo tempo para uma jornada normal de 8 horas diárias e 40 horas semanais, para qual a maioria dos trabalhadores pode estar repetidamente exposto, dia após dia, sem sofrer problemas relacionados a sua saúde.
Importância dos equipamentos de segurança e captação de fumos de soldagem
Mesmo estando dentro dos limites toleráveis de emissão de gases e fumos de soldagem, a preocupação da indústria com a segurança do soldador ou operador de máquinas de solda deve ser sempre constante.
Essa preocupação se confirma quando observamos que os poluentes relacionados aos processos de soldagem atingem as maiores concentrações exatamente na zona de respiração do soldador, podendo, dependendo do caso, poluir o ambiente de trabalho como um todo.
Portanto, ainda que não haja concentração excessiva e fora dos limites de poluentes oriundos dos processos de soldagem no ambiente interno, o soldador, que está muito próximo ao ponto de emissão, ainda está sujeito à altas concentrações de fumos metálicos e gases tóxicos na sua zona de respiração.
Daí a importância da utilização de todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) além dos equipamentos destinados à extração dos fumos de soldagem antes que estes entrem em contato com a zona de respiração do soldador.
Entre os EPIs mais comuns e previstos na legislação (previstos na NR 6) pode-se citar: Mantas e casacas; mangote; luvas; protetor auricular; máscara de solda e de proteção para fumos; óculos de proteção.
Já os equipamentos de extração de fumos mais comuns são: braços extratores de fumos de soldagem; exaustores portáteis; mesas aspiradas e centrais de exaustão. Dispor destes equipamentos será fundamental para garantir a saúde e a segurança do trabalhador.
Para conhecer a importância da extração dos fumos de soldagem confira este conteúdo exclusivo.
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