A crescente preocupação sobre os efeitos à saúde associados aos riscos ocupacionais do processo de soldagem vem sendo motivo de muitos cuidados e pesquisas. Neste sentido, a extração dos fumos de soldagem é possivelmente a preocupação mais recorrente.

Quando aspirados, os fumos de soldagem podem representar apenas um incomodo a mais para o soldador, mas podem ser também muito prejudiciais para sua saúde, podendo causar uma diversidade bem grande de doenças.

Por isso, é importante que conheçamos as principais causas da geração dos fumos de solda para assim ponderar as medidas mais eficientes para extraí-los antes que entrem em contato com a área de respiração do soldador.

Veja, assim, o que são fumos de soldagem, quais são as principais causas para sua geração e quais são as formas de prevenção mais eficientes.

O que são fumos de soldagem?

Os fumos de soldagem são compostos por partículas sólidas de óxidos de metais que são extremamente finas (constituídos em geral por partículas de 0,005 a 2µ de diâmetro). Estas partículas são formadas durante os variados processos de soldagem, como a fusão de metais.

Os fumos são formados a partir de vapores e gases que naturalmente se desprendem das peças em fusão. Esse desprendimento pode ocorrer na superfície da peça, do eletrodo, do revestimento do eletrodo, de substâncias adicionadas à solda, do tipo de fluxos ou pós e dos óleos protetores.

O que são fumos de soldagem?

Assim, ao se desprender das peças, os vapores e gases entram em contato com o oxigênio do ar, que após resfriamento e condensação, irão oxidar rapidamente, formando assim os fumos de soldagem.

Os tipos de substâncias e suas respectivas quantidades dependem de alguns fatores, tais como:

  • Método de soldagem adotado;
  • Das condições nas quais o processo de soldagem é realizado; e
  • Dos tipos de metais a serem soldados.

Vale lembrar que muitos são os metais que podem ser encontrados nos fumos de solda, incluindo arsênico, berílio, cádmio, cromo, cobalto, cobre, ferro, chumbo, manganês, níquel, silicatos, selênio, vanádio e zinco.

Além disso, os gases mais comumente associados à solda são dióxido de carbono, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, ozônio, compostos de flúor e fosgênio.

Perigos associados aos fumos

Os efeitos associados aos fumos de soldagem são bastante diversos, estando intimamente relacionados à saúde do soldador.

Por serem extremamente finas, essas partículas são inaladas muito facilmente via respiração, permanecendo no organismo – principalmente no pulmão – por muito tempo. Além disso, podem trazer também graves consequências associadas ao sistema nervoso a longo prazo.

Porém, os efeitos ocasionados por exposição aos fumos de soldagem geralmente são difíceis de serem previstos, visto que há uma grande variedade de substâncias que podem estar em diferentes concentrações e níveis de toxicidade diferenciados.

Em razão dessas dificuldades é fundamental que algumas medidas de prevenção sejam tomadas, estas devem se basear nas boas práticas e principalmente na extração dos fumos antes do contato com a respiração humana.

Medidas preventivas durante a soldagem

Para que essas partículas não representem um sério problema para a saúde do soldador e consequentemente comprometam a segurança do processo de solda é fundamental que diversas medidas sejam ponderadas.

Neste contexto, as medidas variam desde o melhor treinamento do operador passando pelo uso de equipamentos de segurança individual e coletiva e a capacidade da indústria em promover a extração dos fumos de soldagem.

Guia de segurança do soldador: baixe nosso material gratuitamente

Além disso, a NR 9 – PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) explica muito bem a importância desse processo prioritário de segurança. Segundo essa norma, as medidas de combate à contaminação ambiental no trabalho, como é o caso dos fumos de soldagem, devem seguir a seguinte hierarquia:

1. medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde;

2. medidas que previnam a liberação ou a disseminação desses agentes no ambiente de trabalho;

3. medidas que reduzam a liberação ou a disseminação desses agentes no ambiente de trabalho.

Ao analisar essa hierarquia, observamos que a terceira medida parece ser a mais importante, ou seja, devemos impedir que a liberação das partículas seja muito elevada. Para isso, utiliza-se equipamentos para a extração de fumos de soldagem.

Entre os equipamentos mais comuns para a captação e extração dos fumos de soldagem, pode-se citar como mais comuns:

De fato, buscar maior eficiência na extração dos fumos é uma das medidas mais significativas, já que o uso destes equipamentos traz muitos benefícios, tais como:

  • A extração de fumos de soldagem ocorre por meio de equipamentos de fácil manuseio;
  • Os equipamentos geralmente possuem alta capacidade de ação;
  • Com a extração dos fumos, o ambiente ficará livre de resíduos contaminantes, trazendo maior saúde ao soldador;
  • O equipamento de extração possui vida útil mais longa, com baixa necessidade de manutenção.

Por fim, vale lembrar que a utilização de sistemas de extração de fumos de soldagem, quando bem dimensionados, reduzirão de forma significativa a exposição do trabalhador a concentrações altamente tóxicas dos fumos, garantindo sua saúde.

Como vimos os braços de extração dos fumos são equipamentos essenciais. Mas precisam ser bem manuseados, saiba como neste texto.